Trans-ferir II
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Viver Perigosamente - Colóquio Zizek - Programa
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Zizek
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Conferência em Coimbra, por Vítor Oliveira Jorge (resumo)
Coimbra, 5 de Junho de 2012 – conferência (resumo)
A arqueologia do ponto de vista do pensamento crítico contemporâneo: alguns tópicos
por
Vítor Oliveira Jorge
Professor catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; investigador do CEAUCP
Creio que a publicação, em 2004 (Londres, Routledge), do livro “Archaeology and Modernity”, pelo meu colega Julian Thomas, da Universidade de Manchester, marca uma importante ruptura com as reflexões anteriores, mesmo dos autores ditos “pós-processuais”, percebendo que a renovação da arqueologia e da teorização da sua prática tem de se compreender “de fora” da disciplina. A arqueologia é um produto da modernidade, e esta tem sido analisada e pensada por numerosos autores que não podemos ignorar, e que continuam a aparecer constantemente. Muitos desses autores não se apresentam propriamente como “filósofos, ou teóricos desta ou daquela área do saber, mas questionaram a própria maneira como a produção do saber costumava ser questionada/teorizada. Ou seja, pensar a arqueologia hoje é uma tarefa muitíssimo mais exigente do que há algumas décadas. Implica uma postura de inter e transdisciplinaridade radical, muito difícil de conseguir, porque obviamente se tem de partir dos problemas da arqueologia e, ao mesmo tempo, conseguir vê-los a partir de fora, como se não fôssemos arqueólogos. Exercício quase acrobático, porque o discurso arrasta-nos sempre para o senso comum vigente. É isso que se pode considerar uma postura crítica, absolutamente básica para se conectar a arqueologia com o conhecimento contemporâneo e para lhe permitir o diálogo com as grandes questões políticas, filosóficas, científicas que se nos colocam na era pós-moderna do capitalismo financeiro neoliberal.
Falta talvez fazer qualquer coisa como um livro chamado por exemplo “Arqueologia e Pós-Modernidade”, prolongando a obra de J. Thomas, e entendendo por pós-modernidade uma palavra convencional que designa o facto de, não se tendo cumprido muitos ideais da modernidade, estarmos numa época em que o ideário do mercado, do empreendedorismo, das sociedades de controlo extremamente subtil e invasor corta com esse próprio ideário da “primeira modernidade”. Sem conhecer (o que não significa subscrever, é óbvio) as reflexões de pensadores como, por exemplo, Jacques Derrida, Giorgio Agamben, ou Slavoj Zizek, entre imensos outros, é minha convicção de que não só não percebemos o mundo em que nos encontramos, como não entendemos por que razão a universidade continua a legitimar (e a legitimar-se) numa visão da história que é anacrónica, enganadora, diria mesmo perigosamente conservadora, e que, reflectida em arqueologia (ainda muito enfeudada à prática histórica) leva a uma situação de impasse entre as indústrias do património (que vendem às massas um passado domesticado), os trabalhos de pesquisa por projectos curtos (tipo mestrados/doutoramentos de Bolonha, etc) que em geral produzem mais do mesmo à pressa, ou o trabalho empresarial na sua maioria preso à mesma lógica de “curto-prazismo” própria do sistema em que estamos mergulhados. Mas a história não parou, nem muitos de nós, seres humanos, se recusaram a pensar para fora das fronteiras deste horizonte imperial que se pretende apresentar como natural, indesmentível, inequívoco, quiçá eterno. Sem cair na pressa das soluções rápidas, que se situam na mesma lógica e portanto se sujeitam à carnavalização do adversário, há que ousar pensar uma nova arqueologia para uma nova forma de comunidade que, por vias travessas talvez, é uma comunidade que há-de vir.
O pensamento crítico contemporâneo coloca os problemas radicais que são os que podem motivar uma arqueologia adulta, liberta da tutela da história narrativa, sequencial, teleológica, legitimadora de uma concepção do tempo banal e retrógrada, como já Walter Benjamin apontou.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Colóquio Giorgio Agamben - programa
Programa
Colóquio/jornadas de estudo
sobre o pensador italiano contemporâneo
Giorgio Agamben
(n. 1942)
http://www.iep.utm.edu/agamben/ (2005)
http://en.wikipedia.org/wiki/Giorgio_Agamben (2012)
http://fr.wikipedia.org/wiki/Giorgio_Agamben (2012)
http://www.egs.edu/faculty/giorgio-agamben/biography/
http://www.facebook.com/profile.php?id=1731452550#!/events/235722089848171/
Dias 8 e 9 de Março de 2012 – Centro Unesco do Porto – R. José Falcão, 100 – colaboração da Fundação Eng.º António de Almeida, Porto – organização da SPAE e da ADECAP (associações científicas e culturais sem fins lucrativos sedeadas no Porto).
http://sociedadeportuguesaantropologia.blogspot.com
http://www.facebook.com/profile.php?id=1731452550#!/pages/Adecap/283944584999116
Entrada livre sem necessidade de inscrição prévia
Coordenação conjunta de
Vítor Oliveira Jorge
http://www.facebook.com/profile.php?id=1731452550#!/profile.php?id=1731452550
E
Luís Carneiro
http://www.facebook.com/profile.php?id=1731452550#!/templesein
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Dia 8. Quinta-feira
9h00 Vítor Oliveira Jorge – Breve apresentação de Giorgio Agamben na perspectiva de uma pessoa sem formação em filosofia: por que interessa tanto a todos este pensador contemporâneo?
9h30 Luís Carneiro – Breve apresentação geral da obra/perfil filosófica/o de Giorgio Agamben
10h00 Cíntia Gil - Considerações sobre o contemporâneo
10h30 Gonçalo Leite Velho - Indelével: Gesto, Memória e Cinema
Debate (11h00-13h00)
15h00 André Dias – Contra a vontade
15h30 Rossana Mendes Fonseca – Assinatura, Enunciado, Arquivo
16h00 Viriato Porto - A comunidade que vem, ou o pós-anarquismo de Agamben
Debate (16h30-18h00)
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Dia 9. Sexta-feira
9h00 Maria José Barbosa - A experiência como mistério – leitura da história segundo Agamben
9h30 Joana Alves Ferreira - Homo qua Homo. O lugar singular de um corpo aprisionado. A obra O Aberto de Giorgio Agamben no contexto da relação entre homem e natureza, entre homem e técnica e entre natureza e história
10h00 Ana Vale - Paradigma e emergência em Arqueologia. Uma leitura dos textos: O que é um paradigma e Arqueologia Filosófica de Giorgio Agamben
10h30 Sérgio Gomes - O Passado, os Indícios e as Pistas: um cruzamento da leitura de Giorgio Agamben, Michel de Certeau e Tim Ingold
Debate (11h00-13h00)
15h00 Pedro A.H. Paixão - A questão das «medialidades puras» em Giorgio Agamben
15h30 Jorge Leandro Rosa - O messiânico como crise do pacto arcaico
16h00 António Caselas - A vida indomável, para além da regra e do direito
Debate final (16h30-18h00)
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Colóquio/Jornadas de estudo sobre Giorgio Agamben
Colóquio/Jornadas de estudo sobre
Giorgio Agamben
Centro Unesco do Porto (R. José Falcão, 100), 8 e 9 de Março de 2012
Organização conjunta da SPAE e da ADECAP
Com a colaboração da Fundação Engº António de Almeida
Coordenadores: Vítor Oliveira Jorge (FLUP – prof. reformado) e Luís Carneiro (FLUP – mestrando em Filosofia)
Entrada livre
(as despesas de deslocação, estadia e alimentação estarão a cargo dos participantes, tanto oradores convidados como auditores. As associações organizadoras terão o gosto de oferecer aos oradores –incluindo os dois coordenadores, que apresentarão também cada um a sua reflexão, num total de 10 - uma refeição ligeira ao almoço de cada dia, condicionada a um menu pré-fixado, dada a chamada “crise” que atravessamos e o facto de não contarmos em princípio com apoios financeiros)
Metodologia:
Cada interveniente abordará um livro/tema da obra de Giorgio Agamben, tanto no seu conteúdo como, se o desejar, nas suas repercussões noutros autores. Não se pretende uma exposição académica do pensamento de um pensador vivo e tão diversificado como Agamben, mas antes uma reflexão transdisciplinar sobre a sua obra já publicada, a partir de temáticas/obras consideradas vitais para o entendimento do seu trajecto e repercussão no pensamento contemporâneo.
Objectivo:
Troca de ideias sobre e a partir do pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben, não de forma “académica”, nem exaustiva, mas crítica, e feita de modo rigoroso e sobretudo motivador em termos transdisciplinares. Cada orador/expositor tem assim a liberdade de abordar o tema que melhor lhe aprouver, podendo até o mesmo tema ou livro ser alvo da atenção de mais de um orador.
Esquema logístico de funcionamento (horários a procurar cumprir de modo a aproveitar o melhor possível o tempo):
Dia 8, quinta-feira
9 h – abertura dos trabalhos, com intervenção de cada um dos coordenadores
10 h. -10,30 h – apresentação 1
10,30 h – 11 h. apresentação 2
11 h- 11,15 h – intervalo
11,15 h – 13 h. – debate
15 h – 15,30 h. – apresentação 3
15,30 h. -16 – apresentação 4
16 h – 16,15 h. intervalo
16,15 h- 16,45 h – apresentação 5
16,45 h – 18 h. – debate final do dia
Dia 9, sexta-feira
10 h. -10,30 h – apresentação 6
10,30 h – 11 h. apresentação 7
11 h- 11,15 h – intervalo
11,15 h – 13 h. – debate
15 h – 15,30 h. – apresentação 8
15,30 h. -16 – apresentação 9
16 h – 16,15 h. intervalo
16,15 h- 16,45 h – apresentação 10
16,45 h – 18 h. – debate final do Encontro
sábado, 21 de maio de 2011
Idealism versus materialism
Idealism and materialism/religion and atheism
“Perhaps the ultimate difference between idealism and materialism is the difference between these two forms of the Real: religion is the Real as the impossible Thing beyond phenomena, the Thing which “shines through” phenomena in sublime experiences; atheism is the Real as a grimace of reality. This is why the standard religious riposte to atheists (“But you can’t really understand what is to believe!”) has to be turned around: our “natural” state is to believe, and the truly difficult thing to grasp is the atheist’s position. (...) Atheism in not the position of believing only in positive (ontologically fully constituted, sutured, closed) reality; the most succint definition of atheism is precisely “religion without religion” – the assertion of the void of the Real deprived of any positive content, prior to any content; the assertion that any content is a semblance which fills in the void. (...)
Not only do both religion and atheism insist on the Void, on the fact that our reality is not ultimate and closed – the experience of this Void is the original materialist experience, and religion, unable to endure it, fill it in with religious content.”
“And is not this shift also the shift from Kant to Hegel? (...)”
Slavoj Zizek, “For They Know Not What They Do: Enjoyment as a Political Factor”, Forward to the second edition, London, Verso, 2008, p. xxiii-xxix.
Brilliant!